sexta-feira, 14 de novembro de 2008

...Sem título...

Em minhas bocas me perco,
na lama das minhas mãos,
em objetos, manhãs, noites,

invernos...

no calor da minha quietude,
no cinza turvo dos lagos,
nos meus olhos ígneos e no interior

de infernos.

Em escadas, em janelas, e altos andares
está a minha cara funda, minha tristeza funda
e a fundura de poços

eternos.

Conquanto mais me afundo,
mais raso pareço ser...
como se tudo não passasse de um

corte...

Como milhares de coisas inúteis.
Eu, inútil, sempre a confabular,
a sumir, douto e estúpido, e me achando ter

sorte.

E a emudecer, a perder a visão...
morando em boracos, na transparência da treva.
E na claridade onisciente e absoluta da

morte.



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